Paulo César de Farias, o Paulinho da Viola é um dos grandes nomes da música popular brasileira de todos os tempos. Filho de Cesar Farias, músico do grupo de choro Época de Ouro, já traz o gosto pela música do berço presenciando durante sua infância rodas músicos da primeira linha da MPB. Paulinho consegue ao mesmo tempo ser um excelente instrumentista, um compositor genial e um sensível poeta.
Uma característica marcante de Paulinho da Viola é sua capacidade de ser inovador e tradicional ao mesmo tempo. Seus sambas e choros trazem invações melódicas e harmônicas, sempre desenvolvendo e modernizando e evitando que estes gêneros fiquem congelados no tempo.Paulinho tem por costume gravar em seus discos músicas de nomes às vezes esquecidos do samba como Silas de Oliveira e Wilson Batista, assim como de de novos compositores. Seu convite para que o grupo Época de Ouro participasse de seu show Sarau na década de 70, transformou o Choro novamente em mania nacional. Chegaram a acontecer até festivais na televisão. Sempre tomou iniciativas para resgatar o melhor da música brasileira, desde fundar um escola de samba não competitiva a hoje em dia promover shows de Choro em uma casa noturna do Rio de Janeiro.
Sua música fala do dia a dia das pessoas com uma poesia toda especial. Gravou músicas falando de ecologia antes do assunto virar moda. Teve várias outras censuradas durante a ditadura militar. Um dos poucos artistas que fazem uma elegia da negritude brasileira. Compôs sambas como "Foi um Rio que Passou em minha Vida" e "Sei Lá, Mangueira" que viraram hinos de escolas de Samba. Paulinho da Viola é um artista único, indubtavelmente um dos maiores nomes da história da MPB. Sua elegância se deve não apenas por seu extraordinário talento e sofisticação musical, como também por sua postura e caráter.
Músicas
Se você pretende baixar as músicas tenha paciência, este negócio de som na internet ainda é bastante limitadoDança da Solidão (Paulinho da Viola) | Álbum : Dança da Solidão 1972 | |
Canta : Paulinho da Viola | Amostra [wav] 730K | |
Solidão é lava que cobre tudo Amargura em minha boca Sorri seus dentes de chumbo Solidão, palavra cavada no coração Resignado e mudo no compasso da desilusão Desilusão, desilusão, Danço eu, dança voce na dança da solidão (bis) Camélia ficou viúva Joana se apaixonou Maria tentou a morte por causa de seu amor Meu pai sempre me dizia : Meu filho tome cuidado, Quando eu penso no futuro não esqueço meu passado Desilusão, desilusão, Danço eu, dança voce na dança da solidão (bis) Quando chega a madrugada, Meu pensamento vagueia Corro os dedos na viola Contemplando a lua cheia Apesar de tudo existe uma fonte de água pura Quem beber daquela água não terá mais amargura Desilusão, desilusão, Danço eu, dança voce na dança da solidão (bis) |
Choro Negro (Paulinho da Viola) | Album : Nervos de Aço 1973 |
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Instrumental | Amostra [wav] 509K |
Onde A Dor Não Tem Razão (Elton Medeiros-Paulinho da Viola) | Album : Paulinho da Viola 1981 |
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Canta : Paulinho da Viola | Amostra [wav] 1040K |
Canto Para dizer que no meu coração Já não mais se agitam as ondas de uma paixão Ele não é mais abrigo de amores perdidos É um lago mais tranquilo Onde a dor não tem razão Nele a semente de um novo amor nasceu Livre de todo rancor, em flor se abriu Venho reabrir as janelas da vida E cantar como jamais cantei Esta felicidade ainda Quem esperou, como eu, por um novo carinho E viveu tão sozinho Tem que agradecer Quando consegue do peito tirar um espinho É que a velha esperança Já não pode morrer |
Coisas do Mundo, Minha Nega (Paulinho da Viola) | Álbum : Paulinho da Viola - 1978 |
Canta : Paulinho da Viola | Amostra [wav] 948K |
Hoje eu vim minha nega Como venho quando posso Na boca as mesmas palavras No peito o mesmo remorso Nas mãos a mesma viola onde gravei o teu nome (bis) Venho do Samba há tempo, nega Venho parando por ai Primeiro achei Zé Fuleiro que me falou de doença Que a sorte nunca lhe chega Que está sem amor e sem dinheiro Perguntou se não dispunha de algum que pudesse dar Puxei então da viola Cantei um Samba para ele Foi um Samba sincopado Que zombou de seu azar Hoje eu vim, minha nega Andar contigo no espaço tentar fazer em teus braços um Samba puro de amor Sem melodia ou palavra para não perder o valor (bis) Depois encontrei seu Bento, nega Que bebeu a noite inteira Estirou-se na calçada Sem ter vontade qualquer Esqueceu do compromisso que assumiu com a mulher Não chegar de madrugada e não beber mais cachaça Ela fez até promessa Pagou e se arrependeu Cantei um Samba para ele que sorriu e adormeceu Hoje eu vim, minha nega Querendo aquele sorriso Que tu entregas para o céu Quando eu te aperto em meus braços Guarda bem minha viola, meu amor e meu cansaço (BIS) Por fim achei um corpo, nega Iluminado ao redor Disseram que foi bobagem Um queria ser melhor Não foi amor nem dinheiro a causa da discussão Foi apenas um pandeiro Que depois ficou no chão Não tirei minha viola Parei, olhei, fui-me embora Ninguem compreenderia um Samba naquela hora Hoje eu vim, minha nega Sem saber nada da vida Querendo aprender contigo a forma de se viver As coisas estão no mundo só que eu preciso aprender (bis) |
Discografia
Roda de Samba
Data Lançamento : 1965
Gravadora : Musidisc
Conjunto A Voz do Morro (Paulinho, Elton Medeiros, Zé Keti, Nelson Sargento, Anescarzinho , Jair Costa, José da Cruz) | |
Comentários : Lançado em CD. |
Roda de Samba vol. 2
Data Lançamento : 1966
Gravadora : Musidisc
Conjunto A Voz do Morro | |
Comentário : Nunca lançado em CD. |
Roda de Samba vol. 3
Data Lançamento : 1967
Gravadora : RCA
Conjunto A Voz do Morro | |
Comentário : Nunca lançado em CD. |
Samba na Madrugada
Data Lançamento : 19??
Gravadora : RGE
Paulinho da Viola e Elton Medeiros | |
Comentário : Lançado em CD. Paulinho divide meio a meio o disco e algumas músicas com seu até hoje parceiro Elton Medeiros. Tem algumas músicas razoavelmente conhecidas como "14 Anos" que chegou a ser regravada pela Nara Leão e pelo Jards Macalé. |
Paulinho da Viola
Data Lançamento : 1968
Gravadora : EMI
Comentário : EMI acabou de lançar em CD, com a capa original e remasterizado em Abbey Road. Primeiro disco solo do Paulinho. Neste disco Paulinho grava algumas de suas primeiras composições como a bela "Coisas do Mundo, Minha Nega", que foi muito mal defendida por Jair Rodrigues em um Festival da Canção destes. O disco é quase todo uma grande homenagem aos grandes nomes do Samba. Paulinho regrava Candeia, Nelson Cavaquinho, Cartola e Casquinha. Os arranjos são bem de acordo com a época, cheio de sopros e cordas, que não consegue abafar a beleza das composições. |
Foi Um Rio que Passou em Minha Vida
Data : 1970
Gravadora : EMI
Comentário : EMI acabou de lançar em CD, com a capa original e remasterizado em Abbey Road. Enquanto o primeiro disco passou quase despercebido, este foi impulsionado pela música que dá nome ao disco, até hoje seu maior sucesso. Aqui Paulinho da Viola começa a criar sua própria linguagem dentro do Samba, renovando-o e expandindo-o. A versão em CD foi lançada com duas faixas extras: a histórica "Sinal Fechado", que foi regravada por Chico Buarque, e "Ruas que Sonhei". |
Paulinho da Viola
Data : 1971
Gravadora : EMI
Comentário : Relançado em CD pela EMI. Este disco foi lançado para pegar o embalo no sucesso do disco anterior. Imagine que você numa loja indo pegar o último exemplar do disco, vem outra pessoa e pega-o antes de você. Bata. Brigue. Grite. Esperneie. Faça qualquer coisa para levar este disco para casa, ele é um absurdo de bom. Não use argumentos pseudo-racionais do tipoposso comprá-lo amanhã em outra loja, será um dia a menos que sua vida que você passará sem ouvir esta obra-prima. O disco tem a linda "Para Ver as Meninas" (depois regravada por Jards Macalé), num fantástico arranjo de cravo e caixa de fósforos. Além da filosófica "Filosofia do Samba"; o primeiro choro gravado pelo Paulinho, feito em homenagem ao violonista Canhoto da Paraíba: "Abraçando Chico Soares"; a bela "Num Samba Curto" gravada pela Maria Bethânea; e ainda um monte de delícias não muito conhecidas. |
Paulinho da Viola
Data : 1971
Gravadora : EMI
Comentário : Lançado em CD com capa original e remasterizado em Abbey Road. Disco excelente tem músicas como a simpática crônica "Dona Santina e Seu Antenor" e a cativante "Para um Amor no Recife", que já foi regravada por Fafá de Belém, Zé Ramalho e Marina Lima. A mórbida e bela "Depois da Vida", de Nélson Cavaquinho, criou polémica na época do lançamento do disco. O CD ainda tem como faixas bônus "Simplesmente Maria" e "Fotos e Fatos", que haviam sido lançadas previamente como um compacto. |
Dança da Solidão
Data : 1972
Gravadora : EMI
Comentário : Lançado em CD com capa original e remasterizado em Abbey Road. Primeira das belas capas feitas pelo artista plástico Elifas Antreato. Sem dúvida um dos melhores discos do Paulinho. Um dos discos onde mais grava músicas de outros compositores como Wilson Batista (Meu Mundo É Hoje), Nelson Cavaquinho (Duas Horas da Manhã), Acontece (Cartola) e Monarco (Passado de Glória). |
Nervos de Aço
Data : 1973
Gravadora : EMI
Comentário : Lançado pela EMI na Coleção 2 em 1 junto com o album de 1978 e agora com capa original e remasterizado. Neste disco leva o samba a locais nunca ido com músicas "Roendo as Unhas". Regrava grandes nomes como Cartola em letra premiada pela Academia Brasileira de Letras - "Não quero mais amar a ninguém;" - Wilson Batista em "Nega Luzia" e Lupiscínio Rodrigues numa gravação muito pessoal. Além da mórbida crônica "Comprimido" e o choro "Choro Negro" que já virou um standard do gânero. Um belo disco com a bela capa (clique na imagem para ver melhor) onde ele chora lágrimas brancas. |
Amor à Natureza
Data : 1975
Gravadora : EMI
Comentário : Lançado em CD dentro da coleção Os Originais e agora relançado com a capa original e mais bem remasterizado. Muito antes da moda Paulinho fala de ecologia em "Amor à Natureza" e critica as mudanças comerciais sendo feitas no Samba no sucesso "Argumento". Um bom disco(o cara não consegue fazer nada ruim) apesar de não estar entre os melhores. A EMI não poderia deixar de fazer uma safadeza no relançamento do disco e adicionou o tema de novela "Pecado Capital" como faixa bônus. Falta de respeito com quem já havia comprado o disco na época de seu primeiro lançamento. |
Memórias Cantando
Data : 1976
Gravadora : EMI
Comentário : Neste disco Paulinho homenageia o samba, cantando alguns dos que mais o influenciaram e gravando outros seus que remetem a suas memórias afetivas. Fez uma regravação mais intimista (e ainda melhor) da bela "Coisas do Mundo, Minha Nega". Outra música a se destacar é a política "Meu Novo Sapato", que chegou a provocar problemas com a censura. É sem dúvida um disco genial, sem dúvida um de seus melhores. |
Memórias Chorando
Data : 1976
Gravadora : EMI
Lançado em CD remasterizado e com a capa original. Neste disco que foi lançado junto com o outro Memórias Paulinho homenageia o Choro em um disco puramente instrumental. Um monte de choros compostos pelo próprio Paulinho da Viola, mais alguns do mestre Pixinguinha e uma pérola do Ary Barroso(?). Sugiro que você não ouça o disco perto de uma pessoa que você odeie. O disco é tão bonito que voce pode acabar querendo fazer as pazes e afogar seu ressentimento. Paulinho diz que este é seu disco preferido. |
Paulinho da Viola
Data : 1978
Gravadora : EMI
Comentário : Foi lançado em CD junto com o álbum Nervos de Aço dentro da coleção 2 em 1 relançado agora com capa original e nova remasterização. Belo disco com sucessos como "Coração Leviano", "Sentimento Perdido" e "Sofrer". Tem também a regravação de "Apoteose do Samba" de Silas de Oliveira.O choro "Sarau para Radamés" se transformou em um dos clássicos do gênero. |
Zumbido
Data : 1979
Gravadora : EMI
Comentário : Lançado em CD com capa original e remasterizado. Neste disco ele faz uma de suas críticas sociais em "Pode Guardar as Panelas", regrava uma das primeiras músicas que fala de maconha, "Chico Brito" de Wilson Batista e afirma a Negritude em "Zumbido" . |
Paulinho da Viola
Data : 1981
Gravadora : WEA
Comentário : Este é o único disco solo do Paulinho que nunca foi lançado em CD, conserte isto WEA!. Este é um dos melhores discos discos do Paulinho, o primeiro que gravou fora da Odeon. Acredito que as faixas listadas não estejam completas. |
A Toda Hora Rola uma Estória
Data : 1982
Gravadora : WEA
Comentário : Lançado em CD na série 2 é demais da WEA, junto com o álbum Prisma Luminoso. |
Prisma Luminoso
Data : 1983
Gravadora : WEA
Comentário : Lançado em CD na série 2 é Demais da WEA, em um único CD com o álbum "A Toda Hora Rola Uma Estória", sendo esta a capa que aparece acima. |
Eu Canto Samba
Data : 1989
Gravadora : RCA
Comentário : Lançado em CD. Belo disco em que mais uma vez se exalta o Samba em "Eu Canto Samba", regrava antigos compositores em "Não tenho lágrimas" e uma bela música de encomenda para um filme "Fulaninha". |
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